segunda-feira, 30 de junho de 2008

Para uma Tecnologia Educacional

SANCHO, Juana M. (org). Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

PONS, Juan de Pablos - pg. 52, 53, 66, 67

Com os anos 80 chegam, sob a denominação de "novas tecnologias da informação e da comunicação", novas opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e transmitir, de modo flexível, grandes quantidades de informação. Como afirmam Vásquez e Beltrán (1989), a "novidade" das tecnologias da informação reside, algumas vezes, na natureza dos apoios (...), e outras, como no caso de meios convencionais (...), no uso, na interação dos mesmos com outros meios.

Em um sentido novo e mais amplo, a Tecnologia Educacional poder ser definida como o modo sistemático de conceber, aplicar e avaliar o conjunto de processos de ensino e aprendizagem, levando em consideração, ao mesmo tempo, os recursos técnicos e humanos e as interações entre eles, como forma de obter uma educação mais efetiva (UNESCO, 1984, p. 43-44).

(...) devemos derivar em direção a outras estratégias que pressupõem uma maior flexibilizaçào dos papéis profissionais (...) o domínio de vertentes tecnológicas pelo professor deve ser considerado como um "traço profissional", no sentido que assimula uma bagagem tanto conceitual como de experiência, pela qual é possível resolver um número crescente de situações reais. Falamos do professor como um profissional ativo, capacitado para transferir para a prática e de forma auto-suficiente o currículo (PONS apud Gimeno, 1988). Neste sentido, fala-se de uma perspectiva social da tecnologia educativa (PONS apud Sarramona, 1990).

ALONSO, Ángel San Martin - pg. 84,85

(...) do ponto de vista metodológico, isto significa que na escola deveria primar aquilo que Wertsch (1989, p. 19 ss) chama de "cenários assimétricos da atividade cognoscitiva conjunta". Em outras palavras, os cenários de interação assimétricos contam com a presença de um responsável que define a estrutura da tarefa e guia as atividades do grupo (...) a incorporação das tecnologias, pela sua natureza, contribuiria para criar esse tipo de situações capazes de potencializar as funções psicológicas superiores. Por outro lado, seria trazido desde as salas de aula o componente cultural que falta ao consumo social das tecnologias.

As chamadas linguagens de autor parecem estar contribuindo para superar a eterna dialética entre usuários e programadores; as novas possibilidades que os sistemas multimídia oferecem estão ajudando a resolver a “frieza” que alguns programas apresentavam; novos ambientes exploratórios atuam como facilitadores da aprendizagem, tornando-a muito mais motivadora. (CANO in SANCHO, 1998, pg. 176)

Poderíamos definir “software educativo” como um conjunto de recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contextos de ensino e de aprendizagem. Tais programas abrangem finalidades muito diversas que podem ir da aquisição de conceitos até o desenvolvimento de habilidades básicas ou a resolução de problemas. (CANO in SANCHO,1998, pg 169)

(...) As necessidades de especialização na formação inicial e de requalificação profissional na formação continuada são cada vez mais imprescindíveis na sociedade atual. A formação contínua no local de trabalho e a autoformação no decorrer da carreira profissional tornam-se elementos essenciais para o desenvolvimento institucional (...). (ROCA in SANCHO, 1998, pg. 202)

(...) o termo multimídia abrange concepções muito diferentes. Basicamente podemos definir um sistema multimídia como aquele capaz de apresentar informação textual, sonora e audiovisual de modo coordenado: gráficos, fotos, seqüências animadas de vídeo, gráficos animados, sons e vozes, textos (...). (PINA in SANCHO, 1998, pg. 211).

O imperativo tecnológico leva ao desenvolvimento de novos avanços, não tanto para resolver problemas, mas orientado pelo imperativo do progresso. Ou seja, a tecnologia gera novos avanços ou instrumentos não para dar resposta às necessidades das pessoas, das diferentes pessoas que convivem em uma comunidade ou cultura, mas o processo costuma ser o inverso. São gerados novos instrumentos, avanços sócio-tecnológicos que logo podem ser aproveitados para fins diferentes dos previstos ou que precisam ser adaptados, porque da maneira como foram concebidos não levam em consideração a diversidade da população que constitui essa comunidade. (PASTOR in SANCHO, 1998, pg. 238)

Entendendo-se a educação como uma atividade social com conseqüências tanto no plano individual como no social e intrinsecamente política, "ao afetar as oportunidades vitais daqueles que intervêm no processo, na medida em que afeta o seu acesso a uma vida interessante e um bem-estar material" (Carr e Kemmic, 1988, p. 56), esta deve conseguir fazer com que os alunos desenvolvam um nível de autonomia e independência pessoal satisfatório e preparar estes indivíduos com necessidades especiais para participarem no mundo profissional e no seu ambiente sócio-cultural, proporcionando-lhes e garantindo-lhes os recursos adequados de acordo com o momento em que vivem. (PASTOR in SANCHO, 1998, P. 239)

(...) a intervenção educacional em uma sociedade tecnológica diversa tem a obrigação de garantir o aproveitamento dos recursos tecnológicos como caminho de acesso à participação dos sujeitos na construção da sua cultura. (PASTOR in SANCHO, 1998, p. 239)


Os AVA desenvolvidos pela equipe de técnicos em informática sofrem uma avaliação durante o seu desenvolvimento, considerada no planejamento técnico. Como afirma Almenara in Sancho (1998),(...) que nenhum meio possa ser introduzido num contexto de utilização sem ter recebido alguma revisão de seus elementos técnicos e /ou estéticos e das suas potencialidades didáticas pelas próprias pessoas que o realizam. (ALMENARA in SANCHO, 1998, p. 267)

As vantagens desta avaliação residem no fato do produtor estabelecer "um olhar crítico" sobre o seu trabalho, como cita Almenara in Sancho (1998),(...) ao realizar as críticas e propostas pela equipe de produção, esta pode se mostrar mais aberta às mesmas, indiretamente a auto-avaliação propicia o auto-aperfeiçoamento do material. (ALMENARA in SANCHO, 1998, p. 267)

Recife, 30.06.2008, por Ricardo Silva


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